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5 de fevereiro, 2024
Guia Completo Para o Máximo Rendimento na Colheita de Soja
O resultado da colheita da soja é a prova de todo trabalho e dedicação de uma safra. A lavoura bem planejada permite que esse processo seja ainda mais eficiente.
A etapa requer muita atenção devido à variedade e importância dos fatores que estão envolvidos nesta operação. No processo, todas as ações e técnicas de manejo para o máximo rendimento são voltadas para evitar ou reduzir perdas, assegurando, assim, a qualidade dos grãos.
Como funciona a colheita de soja?
O processo de colheita da soja consiste em algumas etapas importantes. Na sequência, vamos explorar detalhes de cada uma!
Cultivo planejado
Um bom planejamento da safra é capaz de trazer benefícios durante todo o desenvolvimento da soja na lavoura. Antes da semeadura, escolha sementes de alta qualidade fisiológica, capazes de originar plantas vigorosas. Além disso, é preciso estar atento a alguns cuidados com o solo, como a temperatura e umidade.
Certifique-se também se a profundidade da semeadura está correta, entre 3 cm e 5 cm, e se o espaçamento, de 40 cm a 60 cm, está sendo feito. Por fim, realize a adubação, que deve ser distribuída ao lado e abaixo da semente, e jamais esqueça de realizar o monitoramento das pragas.
O planejamento do cultivo também passa pelo período pré-colheita. Se houver necessidade de antecipar a colheita, pode ser necessário realizar a dessecação para promover maturação uniforme.
Além disso, é o momento certo de limpar e preparar os equipamentos que vão à campo e de organizar o armazém para acomodar a soja a ser colhida.
Colheita propriamente dita
Saber quando é a hora da colheita da soja é fundamental para contribuir com o rendimento operacional, a qualidade dos grãos e a minimização de perdas. O momento ideal é quando as vagens estão completamente maduras. E, por isso, é ideal monitorar a maturação pré-colheita.
A colheitadeira de soja percorre as fileiras do talhão, cortando as plantas próximas à superfície do solo. Ela recolhe a cultura inteira ou somente os grãos, dependendo do equipamento utilizado.
Armazenamento temporário
Após a colheita, a soja é levada para local de armazenamento temporário, como um silo ou um caminhão, onde será protegida de intempéries e de possíveis danos.
Secagem
A umidade da soja precisa ser reduzida antes do armazenamento a longo prazo. Para isso, ela é submetida a um processo de secagem até atingir o teor de umidade ideal, que é de até 14%.
Armazenamento a longo prazo
Depois de seca, a soja é transferida para silos ou armazéns específicos, onde será preservada até a comercialização.

Qual o período de colheita da soja?
O período para realizar a colheita da soja depende da fase em que o grão se encontra. Cada cultivar possui seu próprio ciclo de desenvolvimento, culminando na coleta dos grãos entre dezembro e abril.
O período de maturação é essencial para que os grãos alcancem a máxima qualidade. Assim, o momento correto é aquele em que:
- As plantas estão amareladas.
- As vagens possuem aparência velha e seca, de coloração marrom ou cinza.
- O grão atinge o estádio fenológico R8 e está totalmente desenvolvido.
- A dessecação das plantas pode ser utilizada como estratégia quando se pretende antecipar a colheita. O procedimento deve ocorrer quando as plantas estão no estádio fenológico reprodutivo 7.3 ou superior.
A prática é útil quando há desuniformidade na maturação, retenção foliar e grande presença de plantas daninhas na área.

Dicas para obter máximo rendimento na colheita
Uma safra de soja produtiva depende de diversos fatores: do momento em que é escolhida a cultivar até a colheita dos grãos. Por isso, confira orientações essenciais para que a lavoura obtenha o máximo de rendimento!
O primeiro passo para a colheita da soja é a verificação dos equipamentos. Por isso, realize revisões constantes, substitua os filtros, troque as peças desgastadas e faça a limpeza necessária.
A máquina colhedora é composta, basicamente, pelos seguintes processos: corte, trilha, separação dos grãos e limpeza. O processo de corte consiste em:
- Barra de corte: corta as hastes das plantas.
- Molinete: tomba as plantas cortadas pela barra de corte.
- Caracol: responsável por transferir os grãos para a esteira alimentadora.
- Esteira alimentadora: une a plataforma de corte com a trilha.
Na trilha, os processos são:
- Cilindro de trilha: função mecânica de impacto.
- Côncavo: responsável pelo filtro dos grãos, fragmentos de vagens e hastes.
Na separação, os processos são os seguintes:
- Extensão regulável do côncavo: responsável por deixar apenas os grãos soltos irem para o bandejão.
- Batedor: reduz a velocidade da palha que será eliminada e direciona ao saca-palhas.
- Cortinas retardadoras: reduzem ainda mais a velocidade de eliminação da palha para filtragem dos grãos.
- Saca-palhas: elimina as palhas e separa as sementes que estavam misturadas.
Na limpeza, ocorrem os seguintes passos:
- Bandejão: separa os grãos da palha.
- Peneira superior: tem a função de filtrar os grãos.
- Peneira inferior: permite somente a passagem dos grãos.
- Ventilador: corrente de ar que elimina todas as partículas mais leves.
Os ajustes nas peças, principalmente na rotação do molinete, devem ser feitos antes do início da colheita. O mesmo vale para a tensão da esteira, que varia de acordo com a quantidade de grãos que será processada.
Calibragem da colhedora
A calibragem influencia diretamente no rendimento operacional da colheita, em níveis de perda e na qualidade dos grãos.
Cerca de 80% das perdas ocorrem na plataforma de corte, em que o atrito do molinete e da barra com as plantas pode ocasionar a abertura das vagens antes do recolhimento, e no sistema de separação, que não consegue segregar os grãos do volume de palha.
Velocidade da colheitadeira
A velocidade da máquina é outro ponto que necessita de atenção, para que seja possível ter maior eficiência do corte e da alimentação. O ideal é que fique entre 4,5 km/h e 6,5 km/h para que a colheitadeira trabalhe com qualidade, sem causar nenhum prejuízo. A rapidez deve considerar os níveis de perdas aceitáveis.
Condições climáticas
As condições climáticas indicam como será o rendimento da colheita e os riscos de perdas, caso a etapa seja comprometida.
Acompanhe as previsões climáticas em várias fontes, buscando informações precisas e confiáveis. A vigilância constante desses dados contribui para a elaboração de estratégias eficientes. Dessa forma, é possível evitar surpresas que possam comprometer a operação e o desenvolvimento dos grãos.

Colher soja na chuva traz desafios e impactos no máximo rendimento. A chuva pode atrasar a colheita, molhar os grãos e aumentar a umidade, o que pode levar a problemas de armazenamento e reduzir a qualidade da safra.
A chuva causa problemas logísticos e de produtividade. A umidade excessiva provoca danos aos grãos, perda de peso, mofo e aumenta a chance de perdas econômicas. Além disso, colher a soja em ambiente molhado pode levar à compactação do solo, o que prejudica o desenvolvimento de raízes e futuros cultivos.
Portanto, é preferível aguardar até que a terra esteja seca o suficiente para a colheita de soja, proporcionando condições mais favoráveis.
Pode colher soja à noite?
Uma das dúvidas dos sojicultores é sobre a possibilidade de colher a soja durante a noite. É possível, sim, porém a colheita deve ser feita, preferencialmente, durante o dia em razão da qualidade da luz solar e das condições climáticas.
Durante o dia, a luminosidade do sol permite melhor visualização dos grãos e das plantas, facilitando o trabalho dos agricultores e ajudando a evitar perdas durante a colheita. Já à noite, por conta das temperaturas mais amenas e do orvalho, o teor de umidade tende a ser mais alto, acarretando o amassamento dos grãos.
Além disso, algumas propriedades rurais podem contar com equipamentos que dependem da luz natural para melhor desempenho.
Umidade dos grãos
Dentre os vários fatores envolvidos na operação de colheita de soja, a umidade de grãos é considerado um dos mais importantes e deve ser monitorado constantemente. Afinal, é ela que define algumas calibragens da colhedora, o início, os danos e as perdas nos grãos e a necessidade de processamento na secagem.
Nesse sentido, a mensuração da umidade pode ser realizada com medidores padrão ou portáteis, levados a campo.
A umidade adequada deverá estar entre 13% e 15%. Colheitas realizadas com valores maiores geram danos por amassamento dos grãos, enquanto índices inferiores ocasionam a quebra destes.
Em ambas as situações podem ocorrer danos latentes, internos nos grãos. Isso prejudica a qualidade do produto processado na indústria (farinha, óleo e proteína).
Desafios enfrentados na colheita de soja
Na colheita da soja, alguns desafios podem e, provavelmente, vão ser enfrentados pelos sojicultores. Uma das principais adversidades é a necessidade de conciliar a atividade agrícola com a tecnologia. A falta de adoção de práticas digitais adequadas pode impactar negativamente o sucesso da safra.
Outro obstáculo significativo é a qualidade do solo. Características químicas, físicas e biológicas da área devem ser consideradas para reduzir custos com correção e promover um ambiente favorável para o cultivo. Fatores climáticos também podem representar um contratempo durante a colheita da soja, como citado anteriormente.
É importante estar preparado para lidar com possíveis pragas e doenças na lavoura durante a colheita. O monitoramento constante e o uso de técnicas de manejo integrado de pragas e doenças são fundamentais para mitigar esses desafios.
A logística da colheita precisa ser realizada dentro do período adequado, possibilitando a maturação dos grãos e minimizando as perdas. A disponibilidade de mão de obra e de equipamentos também pode representar desafios a serem superados, mas tudo isso pode ser superado com um bom planejamento.
Perdas na colheita
Existem diversos desafios durante a colheita, mas um dos principais obstáculos é a quantidade de grãos perdida no processo. Perdas acima de 1 saca/hectare podem ser evitadas e, por isso, são consideradas desperdícios. No Brasil, a estimativa é que haja prejuízo superior a 2 sacas/hectare.
Entre as ações a serem realizadas está a verificação com uso do copo medidor. Nele, é feita a ligação entre volume e massa, determinando as perdas ocorridas em sacas por hectare. Vale destacar que, a partir do momento em que os ajustes necessários forem feitos no maquinário antes da colheita, o desgaste será mínimo.
Colher no momento certo, monitorar as condições climáticas e adotar as melhores técnicas de colheita e armazenamento são importantes para obter o máximo rendimento.
Cada etapa do ciclo de vida da soja contribui para alcançar o máximo rendimento e, por isso, o planejamento é tão importante. Conheça o Guia de Máximo Rendimento da Brasmax, que pode ajudá-lo a obter mais informações sobre o cultivo e manejo para tomar as melhores decisões.
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