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17 de junho, 2025
O que é vazio sanitário da soja, como funciona e quais as datas?
O vazio sanitário da soja é uma medida utilizada para combater a proliferação de pragas e doenças na lavoura. Ele consiste na interrupção do plantio por certo período de tempo para que se possa reduzir a quantidade de hospedeiros no talhão.
No dia 15 de maio de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou o calendário para cada estado produtor na safra 2024/25. Continue a leitura para saber quando fazer o vazio sanitário da soja na sua lavoura, além de entender o motivo para aplicá-lo, como fazê-lo e quais outras culturas participam do programa!
Qual é a época do vazio sanitário?
O vazio sanitário consiste num período de, pelo menos, 90 dias, no qual a produção de uma cultura deve ser interrompida com o propósito de impedir o desenvolvimento de pragas e doenças nas plantações — falaremos mais sobre isso em breve. Em cada estado há uma data específica de início e de fim da medida. Os períodos da safra 2024/25 de soja foram determinados pelo Mapa por meio da portaria nº 1.111.
Os primeiros estados a começarem o vazio sanitário, logo em junho de 2023, são: Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. Outras regiões produtoras da cultura iniciam nos meses seguintes.
Confira a lista completa com as datas de início e de fim do vazio sanitário da soja no Brasil:
Por que aplica-se o vazio sanitário da soja?
O principal motivo da realização do vazio sanitário no Brasil é o controle da ferrugem-asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
O aparecimento da doença tende a diminuir no período em que não há cultivo e plantas vivas, mas também quando são retirados do campo todos os restos de folhas, ramos, grãos e sementes. Por isso, é importante realizar a limpeza de maquinários e equipamentos agrícolas para evitar a disseminação de patógenos.
A doença foi identificada pela primeira vez em 2001, no Paraná, e a medida fitossanitária tornou-se muito importante pela resistência do fungo aos defensivos com o passar do tempo.
Inicialmente, ela foi implementada em 2006 em Mato Grosso, Goiás e Tocantins e, no ano seguinte, para os outros estados sojicultores, além da instituição do Programa Nacional de Controle da Ferrugem-Asiática da Soja (PNCFS).
Na safra 2023/24, houve disparada de ocorrências da doença em talhões pelo Brasil. Portanto, o vazio torna-se fundamental para a produção de grãos saudáveis e com qualidade.
Benefícios do vazio sanitário
Entre as vantagens do vazio sanitário, está a prevenção e controle de pragas e doenças, a redução na quantidade de uso de defensivos agrícolas e a melhoria na qualidade dos produtos.
Como fazer o vazio sanitário?
Quem determina o período do vazio sanitário é o Mapa, mas quem executa é o produtor rural. Ele deve respeitar o calendário e colocar em prática algumas ações para evitar penalidades, tais como:
- Interrupção total do plantio.
- Retirada de restos de culturas anteriores.
- Limpeza de máquinas e equipamentos.
- Monitoramento de áreas para detecção de plantas hospedeiras de patógenas.
- Ao passo que a fiscalização fica sob responsabilidade dos órgãos estaduais.
Apesar de ser um período em que não se deve plantar a soja, é importante proteger o solo para evitar o crescimento de plantas daninhas e o surgimento da erosão.
Oportunidades
O sojicultor também pode aproveitar a época para realizar análises no solo e identificar necessidades de correções e ajustes, a fim de potencializar as próximas safras com uso de fertilizantes e corretivos.
Quais culturas no Brasil participam do vazio sanitário?
Além da soja, no Brasil há a instituição do vazio sanitário para outras culturas, como feijão e algodão. O objetivo é o mesmo: evitar que doenças e pragas se alastrem de uma safra para outra.
Para o algodão, a medida ajuda a prevenir e controlar o besouro bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis); já para o feijão, o objetivo é evitar a disseminação da mosca-branca (Bemisia tabaci).
O vazio sanitário da soja é uma medida crucial para evitar a disseminação da ferrugem-asiática, uma das doenças mais preocupantes na cultura. A aplicação correta, nos períodos adequados, ajuda a coibir o fungo e possibilita uma safra seguinte com o máximo rendimento.
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