Manejo de resistência: como evitar a perda de eficiência de fungicidas nas próximas safras?
Os tipos de fungicidas utilizados para combater pragas são diferentes daqueles que usamos para prevenir suas aparições. Essa segunda categoria ...
De acordo com informações publicadas pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), os fungos podem ser os responsáveis por perdas significativas nas lavouras. Considerando a elevada produção agrícola brasileira, isso pode representar prejuízos que somam bilhões de reais.
Com o objetivo de combater essa categoria de pragas, diferentes ferramentas são adotadas. Entre elas, temos os fungicidas, os quais frequentemente são defensivos químicos, capazes de destruir os fungos com poucos prejuízos às plantas. O seu uso, porém, pede certos cuidados.
Um desses cuidados é a possibilidade da resistência: com usos em sequência, os fungicidas vão se tornando menos e menos eficazes, ao ponto de que os fungos se tornam resistentes. Os resultados são prejudiciais para os produtores e suas lavouras.
O Comitê de Ação à Resistência a Fungicidas (FRAC-BR) resume o processo a partir das reproduções de fungos individuais resistentes, dando origem a novas gerações parcialmente ou completamente alheias aos efeitos dos defensivos. É preciso, então, obter uma solução.
Neste contexto, precisamos falar sobre o manejo de resistência, como evitar perda de eficiência de fungicidas nas próximas safras. É importante seguir algumas estratégias para neutralizar o problema e até evitar o seu surgimento.
6 formas de evitar a perda da eficiência de fungicidas
Diante desse cenário tão comum, uma pergunta surge: é possível evitar a perda de eficiência dos fungicidas? A resposta é “sim”, com uma lista de atitudes que podem ser tomadas a fim de alcançar esse objetivo. Separamos 6 dentre as mais úteis ao manejo das resistências.
Compreensão sobre o manejo integrado de pragas e doenças
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária define o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e o Manejo Integrado de Doenças (MID) como estratégias de controle de ameaças à lavoura que combinam uso de defensivos químicos com outras práticas, por exemplo:
- rotação de culturas;
- monitoramento;
- uso de cultivares resistentes;
- controle biológico.
Nesse sentido, compreender o que compõe um bom manejo integrado auxilia para que o uso dos fungicidas não seja exclusivo e, por consequência, a sua eficiência não seja reduzida com o passar do tempo.
Rotação entre diferentes tipos de defensivos nas culturas
A fim de que um fungicida seja disponibilizado para venda legal no Brasil, ele precisa ser registrado no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse processo valida não só a sua eficiência, mas também atesta que o produto não é prejudicial à saúde de plantas e de pessoas.
Só em 2024, o Mapa aprovou 663 novos defensivos químicos, dentre os quais muitos são os fungicidas. Na prática, isso permite que exista uma rotação entre os produtos, considerando seus princípios ativos e componentes e priorizando usos variados eles.
Utilização de defensivos naturais e do controle biológico
No primeiro item sobre como evitar perda de eficiência de fungicidas nas próximas safras com o manejo de resistência, mencionamos a gestão integrada e suas práticas, citando só brevemente o controle biológico. Pois bem: ela serve como uma excelente alternativa para a rotação durante o uso dos produtos, considerando o baixo impacto negativo para a lavoura.
Mais do que isso, há fungos não patogênicos que podem ser benéficos, ajudando a combater outros tipos de pragas. O estudo “Pesquisa identifica fungos que podem auxiliar no controle de doenças em hortaliças”, publicado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), mostrou 6 exemplos que auxiliam contra a podridão das hortaliças.
 
    
    
        
    
        
            Aplicação de fungicidas protetores a partir de monitoramentos
Os tipos de fungicidas utilizados para combater pragas são diferentes daqueles que usamos para prevenir suas aparições. Essa segunda categoria é chamada de “protetores”, e também possibilita a redução na perda de eficiência em usos subsequentes.
O artigo “Fungicidas protetivos: avanços e desafios no controle da ferrugem asiática da soja - Uma revisão atualizada”, publicado no site da Universidade Estadual de Maringá (UEM), cita o uso dos fungicidas protetores contra a ferrugem asiática que ataca a lavoura, por exemplo, colocando-os como solução se usados em conjunto com os fungicidas curativos e as demais técnicas do manejo integrado.
Respeito às doses e intervalos para aplicações de fungicidas
O desenvolvimento de resistência é o principal causador da perda de eficiência de fungicidas, mas o que exatamente o causa? Dentre as razões está o uso indiscriminado de defensivos químicos, seja com aplicações muito frequentes ou doses acima do recomendado.
O cálculo e o calendário da aplicação de fungicidas devem seguir a bula do produto, algo que está presente em todos os defensivos químicos aprovados pelo Mapa. É interessante também estar atento às diferenças de quantidades nos usos tradicionais e nas pulverizações.
Investimento em saberes técnicos sobre defensivos químicos
No final de 2024, o Governo Federal anunciou um investimento de mais de 500 bilhões de reais em cadeias agroindustriais sustentáveis; espaço que é visto como promissor no campo do agronegócio. Naturalmente, esse investimento terá como um dos focos as tecnologias do campo.
Esse movimento ocorre não somente no Brasil, mas internacionalmente, e pode ser usado de lição no manejo de resistência de fungicidas. Nesse caso, falamos nos investimentos em conhecimentos técnicos sobre defensivos químicos, compreendendo os produtos na teoria.
E essas são apenas algumas maneiras de evitar a redução da eficiência dos fungicidas em safras sequenciais. Uma característica comum a todas elas é a “diversidade”: o quão mais diversificadas forem as estratégias dos produtores no campo, melhores serão os resultados.
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