Mudanças climáticas: como o clima influencia a agricultura?
Quando o assunto são os aspectos externos ao plantio que afetam produções, o clima é, sem sombra de dúvidas, um dos mais importantes. Aliado aos elementos políticos, isso influencia o quanto se colhe, a qualidade de tais colheitas, os valores finais dos produtos e muito mais.
Segundo o Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA) 2025, divulgado pelo Canal Rural, chuvas intensas na região Centro-Norte favoreceram a semeadura, mas o excesso de precipitação atrasou a colheita da soja em algumas áreas, comprometendo a qualidade dos grãos. E esse é só um exemplo dos problemas: os efeitos nem sempre são negativos, desde que os produtores compreendam como cada coisa funciona.
Nesse texto, vamos falar sobre os impactos do clima e de mudanças climáticas na agricultura, em especial no plantio da soja. Informados por fontes como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), iremos explorar os desdobramentos do tema para as produções.
6 maneiras como o clima pode influenciar a agricultura
Existem múltiplas formas como o clima influencia na agricultura, de modo que separamos alguns dos mais relevantes: a escolha da cultura, as possibilidades de irrigação, o sol necessário ao crescimento, a presença de pragas, os desastres climáticos e o transporte e armazenamento. Leia com atenção!
1. Escolha da cultura de acordo com as mudanças sazonais
A soja é uma das culturas mais versáteis, quando falamos sobre adaptação nas mais distintas estações, mas mesmo ela requer um clima específico para prosperar. Segundo a Embrapa, a soja germina melhor entre 20 ºC e 30 ºC, sendo 25 ºC ideal para emergência rápida e uniforme. Para desenvolvimento ao longo do ciclo, 30 ºC costuma ser considerado ideal.
Isso significa que a decisão sobre o que plantar (ou deixar de) vai depender das mudanças sazonais e do clima de cada região do Brasil e do mundo. É possível semear culturas fora de época, mas isso requer a utilização de tecnologias, o que eleva os preços aos consumidores.
2. Irrigação automatizada influenciada pelo índice de precipitações
De modo geral, é possível prever níveis de precipitação em regiões de plantio, de acordo com estudos climáticos e ferramentas como o pluviômetro. Esses dados são importantes para um adequado planejamento da irrigação, a qual pode ser automatizada conforme necessidades.
O artigo “Água virtual: o consumo que você não vê”, publicado na plataforma do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, apontou que a soja consome cerca de 2 mil metros cúbicos de água por tonelada, o que pode vir das chuvas ou não. Este volume pode ser planejado de acordo com influências do clima e as possibilidades de secas no período.
3. Temperatura e radiação solar necessárias ao crescimento
Para que as plantas exerçam a fotossíntese (e consequentemente, cresçam), os raios solares são indispensáveis. De acordo com o estudo de mestrado "Diferentes temperaturas durante o teste de germinação para sementes de soja", apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia (CONTECC), a semente de soja encontra maior dificuldade de germinação em temperatura abaixo de 20°C.
A mesma informação é informada por fontes da Embrapa, reforçando que a semeadura abaixo de 20 ºC compromete a germinação e emergência.
Embora a velocidade na germinação seja similar para outros tipos de culturas (o que destaca temperaturas mais altas como ideais para a agricultura), é importante dizer que os raios de sol não aparecem sozinhos, vindo associados também à umidade do ar, ventos e às chuvas. Ou seja, fatores que podem impactar todo o ciclo da plantação.

4. Aparição (ou não) de pragas que afetam negativamente a lavoura
Você sabia que existem pragas que atacam lavouras especificamente em um período do ano? Pulgões, lagartas e corós, por exemplo, são comuns no inverno, segundo estudos da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC).
Além disso, a lagarta-da-soja costuma atacar plantações a partir de novembro no norte do Paraná e entre dezembro e janeiro no sul do estado. Este comportamento reforça a necessidade de estudos regionais para saber como e quando agir dentro de cada lavoura.
Aos produtores, isso se reflete em métodos no controle das pragas, seja com a utilização de defensivos químicos ou naturais (esses segundos presentes na agricultura orgânica). O que se utiliza quando o clima é X não será o mesmo aplicado às plantações durante um clima Y.
5. Desastres climáticos e a destruição dos plantios
Assim como qualquer outro espaço da produção de alimentos, a agricultura pode ser afetada por eventos imprevistos, com os mais comuns sendo aqueles de ordem climática. Uma onda de ventos fortes, por exemplo, é capaz de destruir os plantios e de causar perdas irreparáveis.
As chuvas e enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em 2024, consideradas desastres naturais, foram responsáveis por inúmeras perdas na agricultura regional. Apenas a cultura da soja representou 68% do total, segundo notícia publicada pela CNN. E esse é somente um dentre muitos casos.
6. Armazenamento e transporte adequados da produção
Que o armazenamento e o transporte impactam a produção agrícola não há dúvidas, mas o que nem todos consideram é a relação dessas etapas com o clima. O conteúdo especial Grãos: armazenamento de milho, soja, feijão e café, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) menciona alguns elementos que se destacam aí.
“Para armazenar grãos adequadamente, [...] o teor de água, a umidade relativa do ar e a temperatura devem estar em equilíbrio”, informa a publicação. Ou seja: a fim de reduzir as perdas com armazenamento inadequado, é preciso se preocupar com dados sobre o clima.
A partir dessas reflexões e sugestões, cabe aos produtores estarem bem informados sobre os aspectos do clima na região onde produzem e sobre a maneira como a cultura escolhida é influenciada. Com isso, é possível pensar em soluções e maximizar a qualidade do plantio.
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