Quem são os produtores rurais da próxima década? Projeções sobre o Novo Agro

Quem são os produtores rurais da próxima década? Projeções sobre o Novo Agro

Segundo o documento de Projeções do Agronegócio, publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), até os anos de 2032/33 é esperado um crescimento de quase 25% na produção de grãos no país. O estudo projeta aumento no plantio de soja e milho e queda no feijão e no arroz.

A soja surge como a protagonista nesse estudo, com projeções de mais de 20% no total da área plantada em todo território nacional, ocupando espaços que hoje são de outras lavouras. A cada ano que passa desde a publicação do estudo (2023), os números vêm se confirmando.

Esses dados revelam dois pontos importantes para os produtores rurais da próxima década:

• o primeiro é o de que o agro no Brasil tende a crescer;
• o segundo, talvez ainda mais relevante, é que nem todas as áreas vão crescer na mesma intensidade.

Pensando em tudo isso, surge uma questão: qual é o segredo para estar na dianteira do agro brasileiro na próxima década? Estudos como o abordado acima são válidos, mas não representam a totalidade das características associadas aos melhores produtores.

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Quais são as características e quem serão os produtores rurais da próxima década?

Baseado em estudos científicos sobre a produção agrícola, há quatro principais características dos produtores rurais de sucesso e elas vão se manter no futuro:

• a adoção de tecnologias;
• a ponderação no uso de defensivos agrícolas;
• a preocupação com o meio ambiente;
• a atenção às tendências.

Abraçam as ferramentas tecnológicas

Quando falamos em ferramentas tecnológicas na lavoura associadas ao aumento (em número e em qualidade) na produção agrícola, há inúmeros exemplos que podem ser apontados. Um dos mais simples são os recursos digitais que mapeiam e preveem níveis de precipitação (chuva).

Ferramentas de irrigação inteligente também podem ser mencionadas, elas entregam a quantidade ideal de água às plantações, sem faltas ou desperdícios. Esse segundo elemento, inclusive, faz parte do que é chamado de “agricultura de precisão”, uma tendência do futuro e que deve ser usada pelos produtores rurais da próxima década.

Um artigo publicado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apontou aumento de até 29% na produtividade e redução de 23% nos gastos com insumos, a partir da aplicação de conceitos da agricultura de precisão e dos recursos tecnológicos associados.

Ponderam a utilização de defensivos agrícolas

Os defensivos agrícolas desempenham um papel fundamental nas produções, seja de grãos, como a soja, ou de frutas, como a laranja. Em geral, eles são utilizados para combater pragas que destroem as plantações, entre insetos, bactérias, fungos e outros.

Ao mesmo tempo em que eles servem a um propósito pontual, defensivos agrícolas custam caro e podem ter efeitos negativos nas plantações. É nesse contexto que surge o controle biológico, outra dentre as tendências que prometem dominar a agricultura na próxima década.

Uma notícia publicada pela Agência Brasil mostrou que, só em 2022, 70 milhões de hectares de plantações brasileiras foram tratadas com controle biológico, em detrimento de defensivos químicos. Espera-se que em 2028 esse mercado alcance a marca de US $ 27,9 bilhões.

Se preocupam com a sustentabilidade

De acordo com informações publicadas na plataforma Gov.br, o Brasil é protagonista quando o assunto é a baixa produção de carbono. O resultado é conquistado, em partes, devido à preocupação com a sustentabilidade e aos cuidados com o meio ambiente. Naturalmente, há relação com o agro.

Plantações dependem de um ciclo hídrico e de temperaturas estáveis, o que não é possível com mudanças climáticas drásticas causadas pela poluição. Entre 2020 e 2024, os ciclos de chuvas irregulares causaram perdas de 106 bilhões de reais apenas no Rio Grande do Sul.

Esses dados foram divulgados pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e são apenas um dentre os inúmeros estudos que apontam a importância da preocupação com o meio ambiente. Essa é, sem sombra de dúvidas, uma característica do Novo Agro e vai receber atenção especial dos produtores rurais da próxima década.

Estão antenados e se adaptam às tendências do mercado

O IBGE projeta que a produção agrícola brasileira em 2025 será 10% maior do que a de 2024, com a soja mais uma vez na liderança. Isso faz com que o grão seja uma tendência na produção rural, um tema que permeia todos os espaços e as características dos produtores da próxima década.

Até este ponto falamos sobre elementos pontuais, mas é possível perceber claramente uma temática comum a todas eles: tendências. A agricultura de precisão, o controle biológico e a sustentabilidade são acontecimentos que interferem na produção rural, o que aponta a sua importância.

Isso nos leva ao quarto ponto, o qual sintetiza todos os anteriores: estar antenado ao que é tendência no agro deve ser uma realidade para os produtores rurais da próxima década. Assim como em outros espaços do mercado, estar desatualizado com relação ao que é tendência é a receita para não conseguir bons resultados nos anos seguintes.

Previsões e projeções variam e se modificam com o passar do tempo, elas sofrem interferências de novas descobertas e tecnologias. Isso significa que estar bem informado é a chave para o sucesso dos produtores rurais, independentemente do tipo de cultura em que eles são especialistas.

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